Qual a diferença do forró estilizado e do forró pé de serra?

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Criado em meados dos anos 40, o forró é um dos principais símbolos nordestinos e um dos estilos musicais mais populares de nosso país. Festa de São João que se preze não pode faltar o bom e velho forró para dançar ‘agarradinho’.

Entretanto, com o passar do tempo, esse ritmo musical passou por diversas transformações e novos elementos foram incorporados em sua batida, deixando a música puramente regional com uma sonoridade muito mais moderna.

Contudo, essa evolução é alvo de muita polêmica, críticas e discussões. Alguns alegam que o forró perdeu sua essência, enquanto outros afirmam que essa ‘modernização’ foi essencial para sua disseminação e comercialização no Brasil e pelo mundo afora, como também para evitar seu esquecimento.

Por isso, nesse post vamos mostrar a origem e as principais diferenças entre o forró tradicional e o forró estilizado! Confira:

Origens

De acordo com estudiosos e musicistas nordestinos não há uma origem precisa do termo forró. Para alguns, ele é originário do termo ‘forrobodó’, uma variável do vocábulo europeu ‘forbodó’.

Para outros, o Forró seria uma adaptação do termo for all (para todos, em inglês), que teria sido muito utilizado quando trabalhadores britânicos e/ou americanos promoviam festas abertas ‘for all’ durante o início do século passado no Nordeste, no período em que estiveram no país para construir ferrovias e bases militares.

Forró Tradicional

Também conhecido como forró pé de serra — uma vez que esse tipo de festa era normalmente realizado em subidas de serras em algumas cidades nordestinas —, o forró de raiz inclui diversos ritmos como xote, baião, xaxado e marchinhas, e é tocado basicamente com uma sanfona, um triângulo e a zabumba.

Esse ritmo, criado pelos sertanejos nordestinos na década de 40, com forte apelo popular e recheada de saudosismo, teve como principal percursor Luiz Gonzaga, considerado o Rei do Baião e quem popularizou o forró pelo Brasil. Por volta de 1950, nomes como Dominguinhos e Jackson do Pandeiro perpetuaram o ritmo que é tocado até hoje.

Forró universitário

Porém, com o passar do tempo algumas mudanças aconteceram e novos elementos foram incluídos no ritmo original. Por volta de 1970 surgiu o forró universitário, com mais apelo popular e com componentes vindos da MBP, do pop e até do rock.

Alguns instrumentos eletrônicos de percussão, guitarra, saxofone e órgão eletrônico foram misturados aos instrumentos tradicionais dando uma nova configuração ao estilo.

O forró universitário passou por duas fases vitais para sua transformação ao longo do tempo. A primeira transição, em 70, foi liderada por nomes como Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Gilberto Gil. A segunda fase, mais recente, em 90, foi capitaneada por bandas como Falamansa, que utilizavam um estilo e músicas mais modernas para conquistar o público jovem em especial. E deu certo!

Forró estilizado

A revolução definitiva aconteceu no fim do século passado, com a banda Mastruz com Leite, que estilizou o forró, acrescentando ao ritmo tradicional uma nova linguagem, principalmente visual, com equipamentos tecnológicos, novas batidas e arranjos musicais, dançarinas e bastante iluminação.

E aí também surgem a maiores polêmicas dessa transformação do forró. O ritmo estilizado, que tem como principais nomes as bandas Calcinha Preta e Aviões do Forró, substitui a sanfona, um dos principais símbolos forrozeiros, pelo teclado elétrico. As músicas saudosistas e de apelo nordestino também foram trocadas por letras mais românticas, baseadas em estilos como o axé e o brega (tecnobrega).

Apesar de tanta discussão há espaço para ambos os estilos de forró principalmente no Nordeste, em que todos os gostos são apreciados e respeitados. Entretanto, para acompanhar a modernização, as evoluções e os novos elementos musicais, o forró ‘precisou’ passar por uma grande transformação para tornar-se mais comercial e atingir diversos tipos de públicos para vender e lucrar mais.

E você, qual gosta mais, do forró estilizado ou do tradicional pé de serra? Comente com a gente e continue de olho no blog!

Adelmario Coelho representa o autêntico forró pé-de-serra, divulgando, através de suas canções, os costumes e a cultura do Nordeste. Do seu trabalho emana o calor, a alegria e a força do povo nordestino. Conhecido como o “Forrozeiro do Brasil”, traz em seu estilo vibrante uma variedade de ritmos como o baião, o xote e o xaxado, que se integram em shows inesquecíveis. O cantor já foi assistido por mais de um milhão de pessoas em suas turnês, que acumulam uma média de 120 shows por ano, realizando participações em grandes eventos e expandindo o forró não só durante o São João. Ao todo, sua carreira registra mais de mil shows e já ultrapassa a faixa de um milhão de CDs vendidos.

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