Você sabe o que é vaquejada? Conheça mais sobre esta tradição nordestina!

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Você já ouviu falar de vaquejada? No Nordeste, esse esporte é mais comum do que beber água. Profundamente enraizadas na cultura popular nordestina, as vaquejadas reafirmam seu valor a cada dia, mesmo passados mais de 60 anos desde seu surgimento.

Quer conhecer melhor as vaquejadas e descobrir o que elas representam para o povo? Então continue lendo o nosso post!

Quando e como nasceram as vaquejadas?

Em meados da década de 40, a famosa corrida de mourão se popularizou no Nordeste, especialmente no sul da Bahia e no norte do Ceará. Nessa época, os vaqueiros das fazendas locais já demonstravam suas habilidades na lida com o gado. Além disso, se mostravam exímios montadores, que faziam verdadeiros malabarismos para se desviarem dos galhos secos e espinhos da caatinga.

Para cuidar do rebanho e sair sem nenhum arranhão, o equilíbrio e a capacidade de dominar o animal eram fundamentais. Essas habilidades começaram a ser aplicadas em vaquejadas para comemorar o final das etapas de trabalho. Não demorou então para os coronéis e senhores de engenho perceberam que as vaquejadas (corridas de mourão) podiam virar um bom entretenimento para eles mesmos e suas famílias. Assim nascia, ainda que de maneira rústica, as vaquejadas. Não havia inscrições formais ou grandes premiações, no entanto, a diversão e competitividade já estavam lá.

O esporte ganhou fama e espaço na cultura nordestina

No início, os cavalos usados na vaquejada eram simples e nativos. Com o tempo, o esporte foi ganhando força e os vaqueiros começaram a montar em animais de linhagem melhor. O chão que antes era de cascalho e terra batida, logo deu lugar a arenas com limites bem definidos e as vaquejadas acabaram se profissionalizando.

A festa cresceu e já não eram mais apenas os boiadeiros, os bois e os cavalos. O povo se reunia para apreciar a competição, que era embalada por banda de forró, repentistas e mulheres bonitas.

Espírito de competição e clima de festa

A vaquejada é uma manifestação cultural muito genuína. Por ser um esporte, ela tem ares de competitividade. E, por arrastar multidões, divertir e emocionar o público, ela também tem clima de festa.

Esse caráter plural fez com que as vaquejadas do Nordeste se popularizassem, a ponto de originarem associações e clubes de vaqueiros, terem datas oficiais reservadas nos calendários locais, além de conquistarem patrocinadores de peso.

Mini dicionário do vaqueiro

Essa festa rica também tem um vocabulário muito próprio. Veja a seguir os que os vaqueiros costumam falar durante as vaquejadas:

  • Abrir a tampa – Soltar o boi;
  • Afrouxar – Abrir a mão no momento da derrubada;
  • Arrocha o nó – O vaqueiro não abre a mão na hora de derrubar o boi;
  • Boi Riscado – Expressão usada quando os bois param bruscamente;
  • Gibão – Casaco que o vaqueiro usa sobre a camisa. Também pode ser chamado de véstia;
  • Guarda peito – Ligado por correias, esse acessório protege o tórax dos vaqueiros;
  • Mandioqueiro – Vaqueiro iniciante. Pode ser chamado também de Jacu;
  • Peitoral – Faixa de couro que protege o peito dos animais em casos de acidentes;
  • Rabo de Gata – O vaqueiro que não comparece na hora em que é chamado e tem que correr por último;
  • Queimado – Boi que cai e toca a marca de cal exatamente nos 10 metros;
  • Valeu Boi – O boi é válido e os pontos são contados no final;
  • Zero – O boi não foi válido para garantir a contagem de pontos.

E aí, você gostou de saber mais sobre as vaquejadas? Já participou de alguma como vaqueiro ou expectador? Compartilhe suas experiências conosco!

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