Saiba tudo sobre Dominguinhos

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Para uns José Domingos de Morais. Para outros, Dominguinhos. Para a música popular brasileira, um mestre. O Príncipe do Baião cantarolava em “Pedras que cantam” que “o tempo é quente e o dragão é voraz”. Mas ele próprio não sucumbiu aos anos.

Mais de cinco décadas depois de lançar seu primeiro disco e dois anos após sua partida, Dominguinhos segue soberano, provando que sua sanfona é mais forte que os ponteiros do relógio e que o Forró Pé de Serra tem espaço garantido em todas as gerações. Tudo isso sustentado em uma discografia que ultrapassa 45 álbuns, mais de 500 colaborações e 2 mil parcerias com artistas de diferentes estilos.

Nesses mais de 20 anos de carreira e em todos os outros que virão, Dominguinhos é nome obrigatório nos repertórios de Adelmário Coelho e expoente em um ritmo capaz de tocar, emocionar, apaixonar e fazer dançar públicos inteiros.

Conheça a história de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos.

A importância de Dominguinhos

Em 2002 Dominguinhos foi vencedor do primeiro Grammy Latino da carreira ao lançar “Chegando de Mansinho”. Nenhum outro título resumiria melhor a história do mestre das sanfonas, descoberto por acaso por ninguém menos que o saudoso Luiz Gonzaga no final dos anos 40 e pelo Brasil inteiro a partir dos anos 60, quando lançou as primeiras composições em carreira solo.

Respeitado no meio da música, firmou parcerias com grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Chico Buarque. Foi, de fato, um artista popular que transitou entre diferentes estilos (incluindo samba, gafieira, xote e até o bolero) sem cortar, é claro, as raízes nordestinas.

Pelo contrário, desde o momento em que migrou para o Rio de Janeiro nos fundos de um caminhão com retirantes, levou na bagagem a tradição, a história, a cultura e o amor pela região em que nasceu e onde foi criado com outros 15 irmãos.

Não demorou para que o país inteiro se rendesse à sua sanfona, seu ritmo, seu sotaque e seu carisma em verdadeiros hinos da música brasileira, como “Eu só quero um xodó”, “De volta pro aconchego”, “Isso aqui tá bom demais”, “Pedras que cantam”, “Quem me levará sou eu”, “Lamento sertanejo”, “Quando chega o verão” e tantos outros interpretados ou mesmo regravados inúmeras vezes nas últimas décadas.

Do acaso à história

José Domingos de Morais tinha apenas sete anos quando Luiz Gonzaga o ouviu tocar em Garanhuns, no Pernambuco. Ousado, o menino foi com um dos irmãos aguardá-lo em frente ao hotel em que o Rei do Baião estava hospedado e mostrou, com destreza, todo o talento herdado do pai, o famoso Chicão, com a sanfona.

Gonzagão ficou tão maravilhado que deu ao menino seu endereço e prometeu que o presentearia com uma sanfona nova caso fosse ao Rio de Janeiro. Não demorou muito para que isso acontecesse, já que em 1954 o músico pernambucano migrou para Nilópolis em um caminhão pau-de-arara. Luiz Gonzaga, assim que o viu, cumpriu sua promessa.

Mas foi além de presentear o menino, ensinando-o sobre todas as nuances dos ritmos nordestinos. Aprendeu tão bem que ganhou do padrinho musical o título de “Príncipe do Baião” e era constantemente aclamado como seu herdeiro artístico.

Também veio de Luiz Gonzaga a sugestão para que abandonasse o apelido de Neném do Acordeón, se assumindo como Dominguinhos já no Trio Nordestino, que chegou a integrar, um dos marcos do Forró Pé de Serra no país.

Já seguindo carreira solo e excursionando mundo afora com Maria Bethânia e Gilberto Gil, o músico conhece a cantora que viria a ser sua segunda esposa, Anastasia, com quem firmaria uma das parcerias mais marcantes da música popular. Juntos os dois compuseram mais de 200 canções.

Da música para o cinema

O nascimento, o aprendizado, o apoio de Luiz Gonzaga, as turnês com outros artistas, o primeiro disco em 1964, as parcerias, o amor pelo Nordeste, o sofrimento transformado em Forró Pé de Serra, a popularidade com trilhas sonoras de novelas, a humildade, o brilho.

Tudo isso está no documentário “Dominguinhos”, lançado em 2014. O longa dirigido por Mariana Aydar, Eduardo Nazarian e Joaquim Castro é uma coletânea de entrevistas antigas, apresentações ao vivo, causos e depoimentos de pessoas próximas ajudando a reconstruir a história do homem que se transformou em uma lenda da música nordestina.

Dentre as preciosidades, uma apresentação do Príncipe ao lado do Rei do Baião. Tudo para aprofundar o que conhecemos sobre o mestre e matarmos a saudade dele, que partiu em 23 de julho de 2013.

E para você, qual o significado de Dominguinhos? Aliás, o que achou do nosso artigo? Deixe seu comentário e aproveite para acompanhar outros posts no nosso blog!

 

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